Prevenção do suicídio em ambiente laboral: estratégias para a promoção da saúde mental e bem-estar no trabalho

por Creusa Albino Policarpo , Vânia Madalena José Filipe em 28 de Sep, 2024 Artigo
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Prevenção do suicídio em ambiente laboral: estratégias para a promoção da saúde mental e bem-estar no trabalho

1. Introdução

A prevenção do suicídio em ambiente laboral é um tema pertinente, visto que a protecção à vida é interesse transversal a todas as esferas da sociedade, sendo que ela é o bem mais precioso e o local de trabalho pode ter um impacto significativo na saúde mental dos colaboradores, podendo, em alguns casos, influenciá-los ou levá-los a pôr fim à própria vida, o que é preocupante.

Durante o mês de Setembro, que é dedicado à conscientização sobre a saúde mental e prevenção do suicídio, algumas organizações em Angola dedicadas aos cuidados de saúde têm realizado actividades de carácter formativo e informativo sobre a prevenção do suicídio e promoção da saúde mental. Mas julgamos necessário que tais acções sejam alargadas para outros contextos, incluindo o laboral, pelo facto de as pessoas passarem muito tempo nele e por também oferecer riscos à saúde mental.

De acordo com a Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em cada 20 tentativas de tirar a própria vida, uma resulta em caso consumado.

Partindo desse dado, o nosso objectivo é chamar a atenção das organizações sobre a crescente importância e necessidade de se abordarem assuntos relacionados com a saúde mental como é o caso da prevenção do suicídio no contexto laboral.

Para abordagem da temática far-se-á, de forma sucinta, uma contextualização sobre o suicídio em ambiente laboral, destacando-se os factores de risco relacionados com suicídio em contexto laboral, as estratégias para prevenção do suicídio e promoção da saúde mental e bem-estar.

2. Contextualização sobre bem-estar, saúde mental e o suicídio em ambiente laboral

A saúde mental afecta a forma como a pessoa pensa, sente e age, por isso, ela é essencial em todas as etapas da vida, desde a infância até à velhice. O bem-estar reflecte um estado geral de felicidade e satisfação com a vida, e é frequentemente influenciado por factores como o ambiente, relações interpessoais, realizações pessoais e a capacidade de lidar com desafios e adversidades.

No contexto laboral, a questão do suicídio torna-se ainda mais relevante, devido ao aumento de mortes por causas relacionadas ao trabalho, como se tem verificado em países como o Japão e a Coreia do Sul, em que são registados altos índices de suicídio relacionados com a pressão que os trabalhadores sofrem no trabalho. Em muitos países existe uma crescente pressão legislativa para que as empresas implementem políticas de protecção à saúde mental dos seus colaboradores. A nível do mundo, o órgão responsável por velar questões relacionadas à saúde e segurança no trabalho é a Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual Angola é membro desde 1976. A instituição em Angola que avalia se as condições de trabalho são dignas e em conformidade com a OIT e com a legislação angolana sobre a matéria é a Inspecção Geral do Trabalho (IGT), que exerce a acção inspectiva de natureza preventiva, actuando de forma pedagógica, sem prejuízo da acção coerciva sempre que necessário, com o objectivo de assegurar o cumprimento da lei, no âmbito das relações e condições de trabalho.

2.1. Saúde mental e bem-estar em ambiente laboral

A saúde mental em ambiente laboral tem ganhado cada vez mais destaque nas discussões sobre bem-estar e produtividade nas organizações. Um ambiente de trabalho saudável não está apenas relacionado com a segurança física dos colaboradores, mas também com a sua saúde mental e emocional.

Para Manuel (2018, p. 86) saúde mental é o “estado de espírito caracterizado por bem-estar emocional, bom ajustamento comportamental, capacidade de estabelecer relacionamentos e de lidar com as demandas e stress comum da vida.”

Tendo isso como referência, é também pertinente realçar o conceito de saúde ocupacional, que para o autor é amplo e está relacionado com o bem-estar mental, emocional e físico dos trabalhadores, relacionado com a forma como exercem o seu trabalho (Manuel, 2018).

A saúde mental é fundamental para o bom desempenho e a satisfação no trabalho. Funcionários que se sentem bem mentalmente tendem a ser mais produtivos, criativos e engajados com suas tarefas.

Por outro lado, problemas de saúde mental, como stress, ansiedade e depressão, podem levar a um desempenho reduzido e ao absentismo laboral.

2.2. O Suicídio em ambiente laboral

O suicídio pode ser definido como a acção em que uma pessoa intencionalmente provoca a própria morte. Etimologicamente, a palavra suicídio vem da junção dos termos latinos “sui”, que significa “de si mesmo” e “caedere” que significa “matar”. Logo, a palavra significa “matar a si mesmo”, ou seja, o acto intencional e autoinfligido de acabar com a própria vida.

Segundo a OMS (2021) [i], o suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos e a média de mortes por suicídio é 700 mil pessoas por ano.

A OMS considera a prevenção uma prioridade na actuação pela saúde pública, por isso são necessárias medidas urgentes para reduzir taxas de mortalidade.

No que se refere à África, o suicídio é um assunto complexo e que varia muito de acordo com o contexto sociocultural de cada um dos países. Mas é importante realçar que as taxas de suicídio em África, em comparação com outras regiões do mundo são menores, apesar de que, muitas vezes, esses casos acabam por ser subnotificados por causa dos estigmas culturais e falta de acesso à saúde mental.  Ainda de acordo com a OMS, muitos países africanos debatem-se com altos índices de suicídio, para os quais não há explicações simples.

Em termos estatísticos, os países com os maiores índices e causas de suicídio variam muito devido a factores sociais, económicos e culturais. Com base em dados da OMS (2019), os países com maior índice de suicídio são:

  • Lesoto: sendo a pobreza, o desemprego e crises sociais os principais factores;
  • Lituânia: que já teve a maior taxa de suicídio no mundo por causa de situações como problemas de saúde mental, alcoolismo e a transição pós-soviética;
  • Rússia: as causas estão relacionadas com o alcoolismo, depressão e vulnerabilidade social;
  • Ucrânia: devido a factores económicos e sociais, influenciados também pelos conflitos armados que têm assolado o país;
  • Coreia do Sul: apesar de ser um país desenvolvido, apresentou altas taxas de suicídio, causadas principalmente pela pressão social e stress relacionado com o trabalho e saúde mental);
  • Índia: a taxa de suicídio é bastante complexa e alarmante por questões relacionadas com o stress económico, problemas agrários e falta de apoio psicológico;
  • Japão: as altas taxas de suicídio no Japão estão também relacionadas com a cultura de trabalho excessivo e saúde mental.

Tal como se pode ver nos dados acima, as taxas de suicídio nos países asiáticos são grandemente influenciadas pelo contexto sociocultural que muito valoriza o trabalho, o que acarreta consigo uma grande sobrecarga emocional e stress.

O DSM- V (2013), que é o Manual Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais não elenca as causas do suicídio como um diagnóstico específico, mas fornece informações sobre os factores de risco e a etiologia relacionada com os comportamentos suicidas aos quais se deve prestar atenção, tais como: pré-existência de perturbações mentais (depressão, transtorno bipolar, ansiedade), stress, histórico familiar (pessoas que têm familiares que já tentaram cometer suicídio possuem risco aumentado), factores sociais, doenças cronicas físicas, uso de substâncias entorpecentes?, acesso a meios para cometer suicídio e factores culturais.

Em termos estatísticos, Angola registou nos últimos quatro anos, 3.000 mortes por suicídio, de acordo com a Coordenadora do Programa Nacional de Saúde Mental e Abuso de Substancias, Massoxi Vigário[ii].

Sendo o suicídio influenciado por factores culturais, conforme aponta o DSM- V (2013), uma das razões pelas quais as taxas de suicídio em Angola não são tão altas, é o facto de, culturalmente, o suicídio ser algo altamente reprovável, acarretando, segundo a crença cultural, consequências para o individuo suicida, mesmo após à morte.

Mas ainda assim, é imperiosa a implementação de estratégias para a prevenção do suicídio, porque segundo Saveia (2020), o impacto da ocidentalização tem afectado positiva e negativamente a cultura angolana.

Do nosso ponto de vista, uma das consequências negativas poderá ser o aumento das condições e riscos para o suicídio. Uma das medidas para prevenção do suicídio que vem ganhando espaço, é a criação de movimentos de conscientização sobre a saúde mental, como o Setembro Amarelo, que é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, alertando a sociedade sobre a importância de se conversar sobre saúde mental e buscar formas de promover a saúde mental e prevenir problemas de fórum mental.

De acordo com as primeiras estimativas conjuntas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2021, quase 2 milhões de pessoas morrem a cada ano de causas relacionadas com o trabalho.[iii]

Os dados apontam mortes prematuras evitáveis devido à exposição a riscos à saúde relacionados com o trabalho. Por estas razões, o relatório alerta aos países e às empresas para melhorar e proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores, honrando seus compromissos de fornecer cobertura universal de serviços de saúde e segurança laboral.

Para isso, o primeiro passo é identificar os processos que atingem o ponto culminante para o trabalhador que comete suicídio, reconhecendo as principais e mais frequentes situações enfrentadas pelos trabalhadores que possam levá-los a tal acto.

De acordo com Dejours e Bégue (2010) apud Alburqueque (2018), é difícil estabelecer relações que liguem o acto do suicídio com questões do trabalho, pois “este tema ainda está revestido de um véu, quase um pacto de silêncio, uma espécie de tabu no interior das organizações e instituições” (2018, p. 9). A falta de informação e formação em matéria sobre bem-estar qualidade de vida no trabalho, impossibilita também os trabalhadores, famílias e sociedades a estabelecerem tal relação.

Segundo Dejours e Bégue (2010) apud Alburqueque (2018), a nível mundial, as pesquisas relacionando suicídio e trabalho são tardias, tendo início somente em meados da década de 1990, e apenas em 2007 tiveram destaque, quando os jornalistas começaram a escrever sobre o tema, durante a cobertura da série de suicídios cometidos nas sedes de empresas do porte da Renault, da Peugeot e da Électricé de France.

Os autores citados afirmam que os suicídios nos locais de trabalho se verificam hoje nos mais distintos meios socioprofissionais e indicam ainda que a associação às más condições de trabalho a uma maior exploração do trabalho vulnerabiliza o trabalhador, deixando-o mais propenso a fragilidades na sua saúde (física e mental) e susceptível ao suicídio.

Na mesma linha de pensamento, o Inspector Geral da Inspecção Geral do Trabalho, Manuel Bole, em entrevista concedida ao Jornal de Angola[iv], defendeu que um emprego pode até ser bem remunerado, mas se for exercido sem ter em conta as normas de segurança, não pode ser considerado um trabalho digno, porque precisa ser exercido sem formas de pressão e sem prejudicar a saúde e bem-estar do trabalhador.

Tendo isso como referência o responsável aponta que os factores que mais contribuem para o suicídio em contexto laboral são:

  • Stress excessivo: a alta pressão em ambiente laboral, longas horas de trabalho e sobrecarga aumentam o risco de problemas de saúde mental, incluindo a depressão e o suicídio.
  • Falta de apoio: trabalhar sem uma rede de apoio social e emocional entre colegas e supervisores pode aumentar o risco de suicídio.
  • Problemas de saúde mental: trabalhadores que estejam a enfrentar situações patológicas de fórum mental sofrem estigmas e barreiras até mesmo no que se refere a buscar ajuda e esses problemas não tratados podem levar ao agravamento de crises de fórum psicológico.
  • Desemprego e insegurança no trabalho: a instabilidades no contexto laboral e a possibilidade de se perder o emprego a qualquer momento também afecta psicologicamente os indivíduos em contexto laboral.

Promover um ambiente de trabalho saudável mentalmente é uma responsabilidade compartilhada e traz benefícios significativos tanto para a organização quanto para os indivíduos que a compõem. Portanto, é essencial que empresas adoptem uma postura proactiva em relação à saúde mental, reconhecendo sua importância e integrando práticas que promovam o bem-estar de todos os colaboradores.

 

3. Factores de risco relacionados com o suicídio em ambiente laboral

Os factores de risco para suicídio no ambiente de trabalho são complexos e podem incluir uma combinação de questões pessoais, organizacionais e sociais. Compreender esses factores é fundamental para desenvolver estratégias de prevenção e promoção da saúde mental no local de trabalho.

De acordo com Manuel (2018, p. 29), as condições de trabalho combinadas com factores familiares podem levar ao Stress ocupacional: “As causas do stress ocupacional são muito variadas e possuem efeito cumulativo. As exigências físicas e mentais provocam o Stress, mas este pode incidir mais fortemente naqueles trabalhadores já afectados por outros factores, como conflitos com a chefia ou até um problema familiar.”

Por sua vez, Mendes (2022) aborda os factores de risco relacionados com as perturbações mentais e sua etiologia multifactorial, destacando-se as seguintes:

a) Factores Psicológicos e Pessoais

  • Depressão e Ansiedade: transtornos mentais, como depressão e ansiedade, são fortes preditores de risco de suicídio.
  • História Pessoal de Suicídio: indivíduos que já tentaram suicídio anteriormente têm um risco aumentado.
  • Baixa Autoestima: sensação de inadequação ou pensamento negativo sobre si mesmo pode contribuir para o risco.
  • Stress Familiar: problemas pessoais, como conflitos familiares ou divórcio, podem agravar o Stress.

b) Factores Relacionados com o Trabalho

  • Ambiente de trabalho tóxico: ambientes com críticas constantes, falta de apoio ou assédio moral podem aumentar o stress e o risco de suicídio.
  • Altas demandas e baixa autonomia: cargas de trabalho excessivas sem a autonomia necessária para gerenciá-las podem resultar em burnout (esgotamento mental e físico extremos resultantes de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade geradores de stresscrónico).
  • Insegurança no emprego: receios de demissão ou falta de estabilidade podem provocar ansiedade e desespero.
  • Isolamento social: falta de apoio social no trabalho ou sentir-se fora do grupo pode aumentar a pressão psicológica.

c) Factores Socioeconômicos

  • Pressão financeira: dificuldades financeiras podem intensificar o stress e a desesperança.
  • Desigualdades sociais: pessoas que enfrentam discriminação ou marginalização podem estar em maior risco.

d) Factores Organizacionais

  • Falta de recursos de saúde mental: a ausência de programas de apoio psicológico ou de saúde mental podem deixar os funcionários sem suporte.
  • Falta de treinamento para gestores: líderes com pouca formação em saúde mental podem não reconhecer sinais de alerta ou saber como intervir.
  • Cultura da Empresa: uma cultura que não incentiva a abertura sobre problemas de saúde mental ou que estigmatiza esses problemas pode dificultar que os funcionários busquem ajuda.

e) Mudanças Organizacionais

  • Reestruturações: mudanças como demissões, fusões ou aquisições podem causar incertezas e stress
  • Eventos traumáticos: experiências traumáticas relacionadas com o trabalho, como acidentes graves, podem ter um impacto duradouro na saúde mental dos funcionários.

Com o que foi acima referido, conseguimos perceber que os factores de risco relacionados com o suicídio em contexto laboral são complexos e podem incluir uma combinação de elementos pessoais, organizacionais e sociais, por isso, é essencial compreender os mesmos para que se possam desenvolver estratégias de prevenção e promoção da saúde mental e bem-estar no trabalho.

 

4. Prevenção do suicídio em ambientes de trabalho

Investir em saúde mental e bem-estar no local de trabalho não é apenas uma responsabilidade ética, mas também uma estratégia inteligente para melhorar o desempenho organizacional e a qualidade de vida dos trabalhadores. É fundamental que as organizações desenvolvam programas e iniciativas que priorizem a saúde mental de seus colaboradores.

A prevenção do suicídio em ambientes laborais envolve uma abordagem integrada que considera tanto a cultura organizacional quanto as práticas de gestão de pessoas.

A seguir são apresentadas algumas estratégias e boas práticas que podem ser implementadas, baseadas em Manuel (2018):

a) Promover uma cultura de diálogo aberto sobre saúde mental e bem-estar

  • Treinamento e Sensibilização: oferecer capacitação para gestores e lideranças sobre a importância da saúde mental e como identificar sinais de alerta relacionados com o bem-estar emocional dos colaboradores.
  • Realização de workshops e palestras sobre saúde mental, stress e estratégias de enfrentamento.

b) Implementação de Programas de Saúde Mental

  • Implementar programas de assistência psicológica, como terapia online ou presencial, onde os colaboradores possam buscar apoio especializado.
  • Criar grupos de suporte onde os funcionários possam compartilhar experiências e oferecer apoio mútuo.

c) Criação de Políticas de Trabalho Flexíveis

  • Promover políticas que permitam horários flexíveis ou a possibilidade de trabalho remoto, ajudando a equilibrar responsabilidades pessoais e profissionais.
  • Avaliar a carga de trabalho e garantir que não haja sobrecarga excessiva.

d) Promoção do Bem-Estar Estabelecer canais de comunicação confidenciais onde os colaboradores possam relatar preocupações sobre sua saúde mental.

  • Incentivar a observação entre colegas, promovendo uma rede de apoio para que possam se ajudar mutuamente.
  • Incentivar práticas saudáveis, como pausas regulares, actividades físicas, meditação e programas de gerenciamento do stress.
  • Organizar eventos sociais e de integração que promovam o fortalecimento de laços interpessoais entre os colegas de trabalho.

e) Identificação e Intervenção Precoce

f) Facilitação do Acesso a Recursos

  • Disponibilizar informações sobre recursos de saúde mental, como linhas de apoio e serviços de emergência, para que os colaboradores saibam onde buscar ajuda.
  • Colocar cartazes e materiais informativos sobre saúde mental em locais visíveis dentro da empresa.

g) Avaliação Regular

  • Realizar pesquisas de clima organizacional para entender as necessidades e preocupações dos colaboradores em relação à saúde mental.
  • Revisar e adaptar as políticas e programas baseados no feedback dos funcionários.

A prevenção do suicídio em ambientes de trabalho não se limita a intervenções pontuais, mas requer um compromisso contínuo com a promoção da saúde mental e do bem-estar no local de trabalho.

O envolvimento de todos os níveis da organização é essencial para criar um ambiente que valorize a vida e ofereça apoio aos colaboradores que possam estar enfrentando desafios emocionais. A conscientização e a acção proactiva podem ajudar a salvar vidas e promover um ambiente laboral mais saudável e produtivo.

Implementar essas estratégias pode ajudar a criar um ambiente de trabalho mais seguro, acolhedor e solidário, que contribua para a redução do risco de suicídio e melhore o bem-estar geral dos colaboradores.

 

5. Conclusão

Ambientes laborais saudáveis promovem o bem-estar dos trabalhadores, o que pode resultar em maior produtividade e satisfação no trabalho. A implementação de programas relacionados com o bem-estar e saúde mental no trabalho, focando na para prevenção do suicídio em ambiente laboral, demonstram a responsabilidade social da empresa, assim como criam um ambiente mais seguro e acolhedor, em que os colaboradores se sentem valorizados e respeitados.

Finalizamos a presente abordagem destacando a relevância da implementação de estratégias integrais que promovam o bem-estar dos colaboradores com o foco na prevenção do suicídio em ambiente de trabalho.

Ao adoptar-se uma abordagem holística que envolva a conscientização da saúde mental, suporte efectivo, e um ambiente de trabalho positivo, as organizações podem não apenas prevenir o suicídio, mas também promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Essa é uma responsabilidade colectiva que beneficia não apenas os colaboradores, mas também a cultura e a produtividade da empresa como um todo.

 

6. Referências bibliográficas

  • Albuquerque, W. A. (2018). A relação do Suicídio com o Trabalho na Sociedade Capitalista. Brasil: Universidade Federal de Alagoas – UFAL.
  • APA (2013). DSM –V: Manual Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais. CLIMEPSI: Lisboa.
  • Manuel, F. (2018). Stress Laboral: Estudo Diagnóstico e Estratégias de Redução. 2ª Ed. Luanda: Bidvest Data.
  • Mendes, C. (2022). Suicídio: Como prevenir? Malanje: Editora Musseleji.
  • Saveia, J. (2020). Psicologia do Trabalho e das Organizações: Leituras em Saúde Mental, Qualidade de Vida e Cultura nas Organizações. 2ª Ed. Luanda: Editora Casa das Ideias.

[i] Suicídio no mundo em 2019. Organização Mundial da Saúde (2021). Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240026643Acessado aos 18 de Setembro de 2024.

[ii] País registou três mil mortes por suicídio nos últimos quatro anos. Jornal de Angola (2024). Disponível em: https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/pais-registou-tres-mil-mortes-por-suicidio-nos-ultimos-quatro-anos/, acessado aos 21 de Setembro de 2024.

[iii] Saúde e segurança no trabalho – Mortes relacionadas ao trabalho. Organização Internacional do Trabalho (2021). Disponível em: https://www.ilo.org/pt-pt/resource/news/omsoit-quase-2-milhoes-de-pessoas-morrem-cada-ano-de-causas-relacionadas-ao, acessado aos 18 de Setembro de 2024.

[iv] Angola regista mais de cinco mil infracções laborais em três meses. Jornal de Angola (2024). Disponível em: https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/angola-regista-mais-de-cinco-mil-infraccoes-laborais-em-tres-meses/, acessado aos 21 de Setembro de 2024.

Creusa Albino Policarpo

Creusa Albino Policarpo

Docente universitária; Licenciada em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Angola; Pós-graduada em Psicologia do Trabalho pela Universidade Católica de Angola; Mestranda em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidade Europeia do Atlântico.
Vânia Madalena José Filipe

Vânia Madalena José Filipe

Docente universitária; Licenciada em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Angola; Mestranda em Psicologia do Trabalho e das Organizações pela Universidade Jean Piaget Angola e em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidade Europeia do Atlântico.

Áreas
Psicologia organizacional

Palavras-chave
Prevenção Suicídio Saúde mental Ambiente laboral
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